Blå sommer
Verão azul, suor de gelo nas costas da aurora,
o asfalto canta em dinamarquês antigo,
e wienerbrød derrete em bocas de neon,
onde os dentes sorriem em código rúnico.
Potranca de porcelana, rebola entre as frestas do fiorde,
cachos de fogo dançam tangos em catedrais de espuma,
cada espiral é um segredo escandinavo,
bordado por deuses bêbados de aquavit.
Olhos de esmeralda abrem portais nos becos de Christiania,
onde a guitarra arde com um jazz nórdico —
um lobo toca saxofone em trêmulos compassos
e as coxas da noite cruzam-se em sustenidos.
White Widow sopra seu feitiço em Katrina,
que morde as horas com língua de âmbar,
e na Rua Pusher os relógios se despem,
marcando a eternidade com seus passos, fri.
Um cão viking lambe o tempo entre as pedras,
e um barco de fumaça parte do meu peito.
Tudo é verão,
tudo é azul.
E as curvas posteriores de Katrina
vão se diluindo em passos leves,
até se tornarem um sussurro no horizonte.
Hej og farvel!