segunda-feira, 9 de junho de 2025

Fritz o gato

Fritz o gato

Fritz não é pet, é outro tipo de ser —
colocataire que só sabe acolher.
Não paga aluguel, nem lava o chão,
mas tem seu valor: e não é de ilusão.

Tem inteligência que lembra um cão,
e um toque de gato em cada ação.
Limpo, elegante, dorme em posição
que parece ensaiada pra exposição.

É base harmônica quando repousa,
um ronronar suave que tudo acalenta.
Mas se algo o inspira, em plena ousadia,
solta um miado — jazz na melodia.

É cão no afeto, sem baba, sem cheiro,
me espera na porta, fiel companheiro.
Me escuta subindo, já fica a postos —
parece até dono, com olhos expostos.

Mas tem o mistério que só gato tem,
desaparece no ar, volta zen.
É leal sem grude, é livre com norte,
me dá companhia sem trancar a sorte.

Caça o que voa, o que rói, morde e não dói,  
derruba objetos com patadas educadas.  
É artista da casa, terapeuta felino,  
com alma de cão e olhar cristalino.

Dá despesa? Quase nenhuma. E se for somar,
vale cada grão que vem do jantar.
Pois onde há um Fritz, há riso, calor —
há música viva e um tanto de amor.