segunda-feira, 16 de junho de 2025

Alexandrim

Alexandrim 


De onde o horizonte é belo e as minas gerais,

Meu peito acende mundos na pele da fala;

A língua de nascença é o peito que exala

Seu próprio barro, ouro, espinhos, e metais.


Mas a outra, o francês, nas margens do Sena,

É um espelho torto onde a voz se embala;

Com tons de ironia, a alma se revela

Na dança de Paris, luzindo na cena.


Assim vou pelo mundo, de dois mundos cheio,

Com a palavra acesa, a lâmina no peito,

Colhendo o próprio nome pelo caminho;


Meu coração, de tanto, ficou alheio,

É ele próprio a terra, o livro, o leito —

Meu canto vai florindo, espinho a espinho.