Vermes de Gravata
Hitler sorri no retrato gasto,
Mussolini acena do mesmo pasto.
Trump, Milei, Bolsonaro, Meloni,
vestem de novo o velho demônio.
Netanyahu reza com míssil na mão,
Orbán censura, Bukele vigia,
Le Pen promete “proteção”,
mas só pra quem pensa igual à família.
Zemmour, Farage, o tom é o mesmo:
ódio embrulhado num nacionalismo a esmo.
E Musk? Vendendo o céu a prazo,
enquanto a terra apodrece em seu atraso.
Educação, cultura, ciência, respeito…
são palavrões no dicionário estreito.
E o povo, perdido, bate continência
a quem transforma medo em conveniência.
Burrice? Maldade? Ignorância em bloco?
Ou um coquetel que nos leva ao sufoco?
Poetas gritam, artistas resistem.
Enquanto esses vermes ainda persistem.