Surreaneto lambuzado
Sorvete de banana entre as coxas dela,
derrete em silêncio, impudico e febril,
Luma de Oliveira, deusa paralela,
sorri como um vício dourado e infantil.
No kart do tesão ela voa em fumaça,
seios em flor, primavera selvagem,
a maconha estala, o tempo se enlaça,
língua e vulcão numa mesma linguagem.
Os pneus gritam versos no asfalto molhado,
o mundo evapora em aroma de gozo,
Luma cavalga o instante alucinado
com olhar de pecado e beijo venoso.
O piloto, feito louco, com a boca entreaberta,
degusto esse sonho que nunca desperta.